13 de Dezembro de 2016

“Chikungunya é pior do que se imagina”, diz Luiz de Abreu

Você provavelmente já deve ter ouvido falar da dengue, zika e chikungunya, e que é preciso se prevenir contra elas, eliminando o mosquito transmissor: o Aedes aegypti. Mas muitas vezes também é comum pensarmos que nunca vai acontecer conosco, que estamos imunes, ou que no nosso bairro não há esse tipo de problema. Mas nem sempre temos o controle disso. E só olhar para a nossa casa, ou bairro, não é o suficiente. Isso porque mesmo estando atento ao nosso espaço, outros ambientes também são propícios para a proliferação. Foi exatamente assim que começou a história de Luiz Henrique de Abreu, de Belo Horizonte, que há oito meses vive com chikungunya.

O psicólogo de 58 anos sempre acompanhava as movimentações de combate ao mosquito na capital mineira, principalmente no começo do ano, quando os problemas com as doenças se agravaram. “Eu fiquei preocupado porque ao lado de onde eu moro começou a construção de um prédio. Estava correndo água embaixo da laje onde a gente não via, porque o terreno é fechado, então acabou acumulando água dessa obra e algumas pessoas acabaram infectadas. Foram duas com dengue e eu fui sorteado com a chikungunya”, conta Luiz.

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Apesar de não se ouvir muitos relatos sobre essa doença, e ouvir muito mais sobre a dengue, é muito importante prestar atenção aos sintomas, que acabam debilitando o paciente, como relata Luiz. “Eu fazia atividades físicas, e tive que parar de fazer tudo. Não tinha condições, e não entendia exatamente o que estava acontecendo, porque as coisas estavam complicando. Eu não tinha condição e disposição porque a gente acaba fazendo tanto esforço para conseguir fazer as coisas que acaba ficando cansado e eu deitava para recuperar as energias e às vezes ficava horas deitado”.

Nos primeiros dias de sintomas, os sinais eram parecidos com os de uma gripe, como dor pelo corpo, cansaço e fraqueza, mas alguns dias depois, tudo se agravou. O braço ficou paralisado por conta de uma dor forte a cima do cotovelo, que foi se estendendo para o resto dos membros inferiores e superiores. As dores impossibilitavam até mesmo realizar o menor esforço, como beber uma água, ou tomar um banho. Os pés e as mãos ficaram inchados e dores muito fortes nas articulações comprometiam movimentos de apoio para levantar da cama, ou caminhar. “Meu mundo em quase cinco meses ficou resumido ao meu apartamento, e tinha dias eu achava que ia acabar ficando quase que resumida ao quarto”.

Inicialmente, o diagnóstico de Luiz era dengue, mas o vírus não era detectado em exames, o que intrigou os médicos de Belo Horizonte. “Eu tomava quase dois vidros de remédio para dor e simplesmente não resolvia nada. Não conseguia dormir, e as dores iam ficando cada vez mais fortes”. Foi somente dois meses depois que finalmente a doença se confirmou: era chikungunya. Atualmente o tratamento é feito com um reumatologista, por conta da semelhança de sintomas, mas Luiz chegou a ir a neurocirurgiões, ortopedistas, clínicos, infectologistas e oftalmologistas. “Eu penso que se fosse reumatismo eu já teria resultados melhores. Eu não posso dizer que não esta ajudando, tenho conseguido me mexer mais, e esses remédios tem me ajudado um pouco. Mas ainda são tentativas”, lembra Luiz.

 

Fonte Blog da Saúde

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